A História do 3D nos cinemas e os avanço desse tecnológico, um efeito especial, um recurso do audiovisual que muita gente adora e muita gente não aguenta mais, pelo menos em um certo formato. É o 3D, o efeito de 3 dimensões, que dá aquela sensação de que tem coisas saindo da tela do cinema, da TV ou até do seu videogame portátil.
A Origem do 3D
Antes de mergulharmos na história do 3D no cinema e na televisão, vamos dar uma olhada em sua origem. Antes da invenção do cinema propriamente dito, já existiam alguns experimentos de desenhos que eram exibidos em sequência para criar a ilusão de movimento. Em 1833, o fenacitoscópio de Joseph Plateau foi inventado, permitindo a visualização de imagens em movimento.
Em 1838, o físico Sir Charles Wheatstone inventou o estereoscópio, um visor que permitia a visualização de imagens que davam a impressão de profundidade. Uma década depois, o inventor David Brewster criou um estereoscópio melhorado, utilizando lentes. Esse efeito fascinante de descolar pessoas do fundo se tornou até tema de exibições e mostras em salões.
Em 1851, uma imagem da Rainha Vitória fez sucesso no Reino Unido com o efeito de três dimensões. A estereoscopia é o efeito de sobreposição de duas imagens, uma sobre a outra, que gera a sensação de profundidade e distância. Isso é possível porque cada olho enxerga uma cena de um ângulo um pouco diferente, e nosso cérebro combina essas imagens para criar a sensação de tridimensionalidade.
Esse é o princípio do começo do 3D no cinema, com uma câmera com duas lentes ou duas câmeras separadas, capturando um objeto a partir de uma pequena diferença de ângulo. Os dois rolos com o filme eram sobrepostos ou exibidos juntos para gerar o efeito tridimensional.
Outros experimentos iniciais com esse efeito vieram de 1861, com um dispositivo chamado kinematoscope, e um experimento de 1889 feito por William Friese Green. Ele capturou cenas curtas do Hyde Park em Londres e gerou um efeito de sobreposição usando duas lentes com uma pequena diferença de angulação.
A Primeira Onda do 3D no Cinema
Ao longo dos anos, várias patentes e testes foram realizados, mas nenhum deles se tornou uma tecnologia comercial do 3D. Em 27 de setembro de 1922, estreou o primeiro filme em 3D, “The Power of Love”, em um hotel de Los Angeles. Infelizmente, esse filme acabou se perdendo, mas uma versão em 2D foi lançada no ano seguinte.
As imagens com a sensação de tridimensionalidade são chamadas de anáglifos. A imagem final é composta por duas camadas de cor sobrepostas, com a distância entre elas para produzir o efeito de profundidade. Para ver esse efeito, são necessários óculos com uma lente vermelha e outra ciano. Um olho enxerga as imagens projetadas para o filtro em vermelho, o outro enxerga as imagens para o filtro em azul, e elas são combinadas pelo nosso cérebro, dando a impressão de que pessoas, animais ou objetos em cena estão descolados do fundo. No entanto, esse tipo de 3D tem uma baixa fidelidade de cores.
Na década de 1920, o equipamento 3D continuou caro e em formatos proprietários, dificultando sua adoção em larga escala. Além disso, as salas de cinema enfrentavam problemas técnicos na projeção dos filmes, o que resultava em imagens desfocadas e causava dores de cabeça no público.
Na década de 1930, o 3D passou a ser usado como brinquedo, como é o caso do clássico Viewmaster, que muitas pessoas conhecem. E com o passar dos anos, a televisão também começou a popularizar o 3D em conteúdos em vídeo.
No entanto, os cinemas precisavam ser mais criativos para manter o público interessado e justificar a compra do ingresso. Um exemplo disso foi o cineasta William Castle, que fazia várias pegadinhas nas salas de cinema, incluindo esqueletos suspensos e cadeiras com vibrações para assustar o público. O 3D, que estava meio esquecido, também foi visto como uma dessas possibilidades. O filme “13 Fantasmas” foi um exemplo desse uso do 3D.
O ano de 1952 marcou um marco importante para o 3D com o lançamento de “Buona, o Demônio”, o primeiro filme em 3D a ser amplamente exibido. Esse filme foi seguido por “Casa de Cera” em abril de 1953, que foi um grande sucesso. No entanto, o auge do 3D foi curto, e logo os filmes em 3D foram cancelados devido aos custos elevados dos equipamentos e problemas técnicos.
A Segunda Onda do 3D no Cinema
Na década de 1970, houve uma nova tentativa de popularizar o 3D no cinema. Nesse período, duas imagens estereoscópicas eram combinadas em um só rolo de filme, o que reduzia os custos e evitava problemas de sincronização entre os lados. Um filme erótico chamado “The Stewardesses” foi lançado em 3D e foi um sucesso de bilheteria.
Essa segunda onda durou até a década de 1980, quando filmes como “Coming At Ya” e capítulos de franquias de terror como “Sexta-feira 13”, “A Hora do Pesadelo” e “Terror em MTV” apresentaram o 3D como destaque. No entanto, nem todas as cenas eram bem filmadas ou úteis, muitas vezes sendo apenas um efeito de profundidade.
Apesar disso, a popularidade do 3D começou a diminuir novamente, e os cinemas precisavam buscar alternativas. Enquanto isso, as evoluções tecnológicas continuavam acontecendo. Em 1986, foi exibido o primeiro curta em 3D que usava óculos de lentes polarizadas, mostrando a tecnologia da empresa de projeção e exibição IMAX.
Na década de 1990, o 3D passou a ser utilizado em brinquedos, como o Nintendo 3DS, e em atrações de parques temáticos. No entanto, a tecnologia ainda não tinha alcançado seu potencial máximo.
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A Terceira Onda do 3D no Cinema
Em 2003, o cineasta James Cameron lançou o documentário “Fantasmas do Abismo”, que foi filmado com câmeras especiais de alta definição e no formato digital, dando uma nova vida ao 3D. Esse documentário marcou o início de uma nova fase do 3D, com produções mais familiares e infantis, como “Pequenos Espiões” e “As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl”.
Um dos marcos mais importantes dessa nova fase foi o lançamento do filme “Avatar” em 2009, que foi filmado com a tecnologia Fusion Camera System, desenvolvida por James Cameron. “Avatar” se tornou uma das maiores bilheterias da história do cinema e ajudou a popularizar o terceiro boom do 3D.
No mesmo período, a Nintendo lançou o 3DS, um console portátil que tinha a capacidade de exibir imagens em 3D sem a necessidade de óculos especiais. A tecnologia de barreira paralaxe permitia que cada olho visse imagens de ângulos diferentes, criando a ilusão de profundidade.
Em 2010, o primeiro canal de televisão dedicado exclusivamente a conteúdo em 3D, a Sky 3D, foi lançado. As televisões 3D começaram a se popularizar, mas a tecnologia enfrentou alguns problemas. Os modelos de TVs 3D eram caros e tinham um efeito limitado. Além disso, era necessário ter um Blu-ray player compatível com 3D e mídias físicas específicas.
Com o tempo, as TVs que não suportavam a tecnologia 3D deixaram de destacar essa função. Feiras de tecnologia também deram menos espaço ao 3D. Em 2016, a Samsung, uma das principais fabricantes de televisores, deixou de mostrar modelos com suporte a imagens em 3D. Outras marcas, como Sharp e TCL, seguiram o mesmo caminho.
Atualmente, a tecnologia 3D está mais conectada à realidade virtual e tem sido explorada em potenciais usos de avatares e metaversos. A publicidade também utiliza o 3D em outdoors com efeitos impressionantes. No entanto, o público espera por novos avanços nessa tecnologia, como a eliminação do uso de óculos e a possibilidade de visualização em telas grandes e ângulos diferentes.
Conclusão
Em resumo, a história do 3D no cinema e na televisão é marcada por altos e baixos. Desde seus primeiros experimentos até as tecnologias mais avançadas de hoje, o 3D continua a evoluir e se adaptar às demandas do público e da indústria do entretenimento.
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